ORIENTAÇÕES PARA PASTORES
Introdução
Eu fui chamado para ser pastor?
Esta é uma pergunta que muitos se fazem hoje. O trabalho no ministério é árduo e oneroso para alguém que o abraça sem convicção de ter sido chamado por Deus. Não é difícil
ver pessoas que iniciam e depois o largam, é realmente falta de um
chamado Divino. Somente quem realmente tem um chamado pode fazê-lo durar
quando a situação é adversa em seu ministério.
Embora o Novo Testamento enfatize a natureza universal do ministério
dentro do corpo de Cristo, indica também que alguns crentes são
separados de modo especial a funções especificas do ministério.
Freqüentes alusões são feitas a Efésios 4.11: “Ele mesmo deu uns para apóstolos, outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores” – uma lista dos “cargos [ou melhor, “ministérios”] carismáticos” da igreja Primitiva, conforme ocasionalmente são chamados. Diferenciados destes há os “cargos administrativos“ (bispo, presbítero, diácono),
descritos especialmente nas epistolas posteriores do Novo Testamento.
Muitas outras maneiras têm sido sugeridas para descrever os vários
cargos, ou categorias, do ministério neotestamentario. Por exemplo: H.
Orton Wiley refere-se ao “ministério extraordinário e transicional” e ao “ministério regular e permanente”; Louis Berkhof prefere “oficiais extraordinários” e “oficiais comuns”; e Saucy, com razão, emprega designações mais simples: “ministérios gerais” e “oficiais locais”.
O papel relevante dos apóstolos, profetas e evangelistas no ministério
da igreja Primitiva é bem atestado no Novo testamento. Para os
propósitos do presente estudo, será examinado o cargo considerado o mais
comum à vida da igreja, o de pastor. Amados, quando se é chamado, há
uma certeza, uma convicção intima que não lhe deixa desvirtuar seu foco
para qualquer outra vocação.
Origem do termo pastor
A atual nomenclatura de “pastor” parece ir de encontro com a terminologia bíblica de bispo (Gr. episkopos) ou presbítero (Gr. presbuteros)
ou de ambos. Aparentemente as duas terminologias eram usadas de modo
intercambiável no contexto global do Novo Testamento. Berkhof sugere que
a palavra “presbítero” ou “ancião” surgiu
dos anciãos que governavam a sinagoga judaica, e que o termo foi
aproveitado pela Igreja. Conforme sugere o próprio nome, “ancião”
com freqüência referia-se literalmente aos mais velhos, respeitados
pela sua dignidade e sabedoria. No decurso do tempo, o termo “bispo” passou a ser mais usado para o cargo, pois ressaltava a função de “supervisor” do ancião.
O termo “pastor”
é usado hoje mais amplamente para quem tem a responsabilidade e
supervisão espirituais da igreja local. É interessante que o termo grego
“poimên” (pastor) é usado uma única vez no Novo
Testamento com referencia direta ao ministério do pastor (Ef 4.11). O
conceito ou função de pastor, no entanto, é encontrado por toda a
Escritura. Conforme sugere o nome, pastor é aquele que cuida das
ovelhas. (cf. o retrato que Jesus faz de si mesmo: o “Bom Pastor” – ho poimên ho kalos, em Jo 10.11ss.) A conexão entre os três termos: “bispo”, “presbítero”, e “pastor”
é clara em Atos 20. No verso 17, Paulo convoca os presbíteros (Gr.
presbuteros) da igreja em Éfeso. Posteriormente, naquele contexto, Paulo
admoesta os presbíteros: “Olhai, pois, por vós e por todo o rebanho
sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos [Gr. episkopous]” (v.28). Na declaração imediata, Paulo exorta os que acabam de ser chamados bispos ou supervisores a serem pastores [Gr. poiamainein] da Igreja de Deus (v.28).
O pastor e seu início
Alem
desta certeza, pois, quem é chamado sabe reconhecê-la, existe a posse
dos dons e talentos que o Senhor requer daqueles que trabalham em favor
do seu Reino. O obreiro com tal chamado deve orar bastante e meditar nas
palavras de Paulo em 1ª Timóteo 3.1-7 e Tito 1.5-9. Obreiro nenhum deve
se sentir qualificado de forma apropriada. Até mesmo Paulo disse: “E,
para essas coisas, quem é idôneo?” (2ªCo 2.16) O Senhor tem muitas
formas de preparar seus servos e nunca devemos questionar ou menosprezar
seus meios. Deus em Cristo dá aos chamados todas as habilidades
naturais, a formação adequada, orienta e oferta dons espirituais de que
necessitam, os quais devem ser dedicados, cultivados e usados para, e
somente, “para gloria de Deus”. (1ªCo 10.31) Mas, sem nunca esquecer de
que precisamos de formação geral, em outras linhas é dizer
que precisamos conhecer a cultura, a tecnologia e entre outras coisas
convenientes ao homem – lembremo-nos de que Moises foi instruído
primeiro em toda a ciência do Egito – e depois virá à formação vocacional,
que inclui o estudo profundo das Escrituras e sem esquecer-se das
experiências com Deus – Ainda é na sarça ardente que o Senhor se
manifesta ao seu ungido, como fez a Moises.
Características do pastor
Pastores
devem ter um caráter e testemunho fiel acima de qualquer dúvida, devem
com sinceridade desejar servir ao Senhor, amar a Palavra, amar os
irmãos, ter maturidade espiritual e emocional. Jamais devemos abraçar o
pastorado por sermos falhos em diversas outras ocupações, ou porque não
há mais nada pra fazer. Não somos profissionais e sim chamados,
comissionados pelo Mestre, é a maior responsabilidade da nossa vida.
O apostolo Paulo descreveu as características do obreiro: “Convém,
pois que o bispo seja irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante,
sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar, não dado ao vinho, não
espancador, não cobiçoso de torpe ganância, mas moderado, não
contencioso; não avarento, que governe bem a sua própria casa, tendo
seus filhos em sujeição, com toda a modéstia;... Não neófito,... que
tenha um bom testemunho...” (1ª Tm 3.2-7), não é necessário escrever mais nada, Paulo já disse tudo.
O pastor e sua esposa
Visto que no casamento “dois se tornam um”,
a esposa do pastor deve participar, quer você goste ou não. Pastores
que não podem contar com suas esposas, partilhando com elas o fardo que
carregam, estão fadados a um fraco e solitário ministério. Não é difícil
dizer que nossos lares são mais significativos para o rebanho do que
propriamente nossas mensagens.
Algumas
esposas são as agruras de um ministro, tornando o serviço pastoral
muito mais enfadoso e difícil, levando o pastor às vezes a abdicar de
seu chamado, quando se está mal casado. E este deve ser o passo mais
prudente: largar o ministério, porem conservar seu casamento, diz o
profeta Amós: “Como andarão dois juntos, se não estiverem de acordo?”
(Am 3.3). Sem duvida deve haver concordância e harmonia no lar, isso
vale para todos os lares cristãos e não somente aos lares de obreiros.
Mas, as esposas sensatas e verdadeiramente chamadas devem ser
tranqüilas, sossegadas e fazer um grande trabalho de bastidores,
treinando e incentivando os outros. Outras desembaraçadamente aceitam
posições que envolvem liderança e atuação visível. Sua esposa deve ser
ela mesma e não criar em sua mente uma imitação da irmã fulana ou
cicrana. O mais importante é que ambos exerçam o ministério que lhes foi
dado pelo Senhor, tanto em casa como na igreja. Seus ministérios se
complementarão e serão uma benção quando ambos servirem conforme os
planos de Deus. E se houver algum problema, o certo é parar e orarem
juntos diariamente, Deus irá orientá-los. É uma benção poder crescer e
servir a Cristo juntos glorificando o Pai. Assim o papel da esposa no
ministério do pastor é de extrema importância.
O pastor é um líder
Pastores
se tornam lideres quando aceitam seu chamado com humildade e fazem de
sua função o bem dos outros e a gloria de Deus. Não é a igreja que faz
do pastor um líder, mas Deus (2ª Co 4.5). O Senhor foi um grande pastor:
“Depois de fazer sair todas as que lhe pertencem, vai adiante delas, e elas o seguem, porque lhe reconhecem a voz” (Jo 10.4).
Devemos
liderar amando as pessoas e manifestando humildade, sem exigir o que
queremos e forçando-as a obedecer. Temos que liderar por meio de nosso
exemplo. Nossa liderança vem através da Palavra de Deus. Quando a ovelha
é alimentada, sente-se feliz em seguir. Lideramos por meio sacrificial
(leia Filipenses 2), pagando um preço, pois, ministério que não custa
nada não alcança nada.
O
privilegio da liderança não deve, de modo algum, ser usado em vantagem
própria; a autoridade deve ser exercida para o bem da igreja e gloria de
Deus. “O chefe é servo de todos”, diz um provérbio africano. Jesus disse: “Porem, o maior dentre vós será vosso servo” (Mt 23.11).
O pastor e a pregação
A pregação é uma dentre muitas formas pelas quais Deus espalha sua
palavra, mas cremos piamente que ela é a maior de todas. A ceia, o
batismo e as boas obras de cada fiel, tudo isso é belo, porem nada
substitui a pregação da Palavra de Deus inspirada pelo Espírito Santo.
Obreiros,
o nível espiritual da igreja sobe ou cai conforme a pregação da
Palavra. Os crentes podem até tolerar fraquezas do pastor, mas, se não
forem alimentados e ensinados, certamente berrarão como ovelhas
famintas, ficando assim, insatisfeitos. Qualquer obreiro que não
acredita no poder da pregação da Palavra, nem se dedica a ser um
pregador melhor, terá com certeza grandiosos problemas ministeriais. A
pregação é sem duvida a “obra suprema do ministério cristão”. Feito com
amor e dedicação, é o mais árduo trabalho do ministério.
É
importante fazermos um parêntese. É que algumas igrejas têm deixado sua
porta aberta para modismos seculares, tais como: Aconselhamento pessoal
(ênfase em auto-ajuda), dinâmicas de grupo, dialogo, dramaturgia e
assim por diante. Nenhuma delas por mais graciosas que sejam, substitui,
ou melhor, é de melhor objetivo do que a exposição sistemática da
Bíblia Sagrada. Tais obreiros que deixam a pregação em segundo, terceiro
e até em ultimo plano, estão cavando sua própria cova e levando suas
igrejas consigo. Se o pastor dá importância à mensagem da Palavra, todos
terão ciência disso. Sua congregação reconhecerá seu prazer e esforço,
por terem um pastor que os ama a ponto de se dedicar com afinco à
pregação.
· Então como posso melhorar minha pregação?
1. Nunca fique satisfeito com seus sermões.
2. Tenha sempre em mente que ainda pode melhorar.
3. Aperfeiçoamos a pregação a aperfeiçoar ao pregador.
4. Seja humilde, ouça outros pregadores.
5. Aprenda sem, contudo, imitar.
6. Cuidado com discursos repetidos.
7. Não cair nos elogios, eles são uma bomba relógio.
Se seu desejo de melhorar suas mensagens for sincero, Deus proporcionará oportunidades para tal.
O pastor e o culto
Comecemos pelos motivos que levam os crentes a se reunir com regularidade:
1. Adorar a Deus.
2. Receber instrução e aprender a Palavra.
3. Ministrar e incentivar uns aos outros.
4. Tomar conhecimento e orar pelos outros.
5. Testemunhar aos perdidos. O fato de nos reunirmos semanalmente já testifica diante da comunidade.
Quem
dirige o culto deve ser cheio do Espírito, em tudo procurar adorar e
honrar ao Senhor, não agir como chefes de torcida que conduzem uma festa
religiosa. Dirigir um culto é uma tarefa difícil e jamais pode ser
feita por amadores.
Se
permitirmos que o Senhor nos oriente e nos fortaleça, nossos cultos
certamente não serão enfadonhos e maçantes. Mas se imitarmos os
atenienses, que estavam sempre procurando “alguma novidade”, transformaremos o culto em um “espetáculo”, um “lazer religioso”,
isso é algo que devemos evitar. Variedade e diversidade, sim;
novidades, não; união, sempre. Assim sendo, a oração e a orientação do
Espírito Santo são essenciais para preparar cada culto. Sem também
esquecer, que é de vital importância permitir que o rebanho exerça os
dons do Espírito, em vez de serem apenas espectadores de um programa
religioso.
O pastor e a visitação
Para que nossa pregação toque e transforme a vida do rebanho, precisamos fazer tal como Ezequiel, “sentar onde eles sentam”
e compreender suas reais necessidades. Os mercenários se mantém
afastados e fogem dos problemas, mas o verdadeiro pastor segue o exemplo
do Bom Pastor, que sempre tinha tempo para cada um e não relegava
ninguém ao descaso. Jesus fez de cada visita uma oportunidade de seu
ministério espiritual. Ele partilhou boas novas em péssimas ocasiões.
Não é necessário visitá-los todos os dias, mas, separar momentos em que
se possa fazer um rodízio de visitas. A nossa visita não deve se tornar
fátua, pacóvia à família visitada, pois assim, nossa visita não será
bem vinda. É importante preferencialmente, dividir esta tarefa com
irmãos idôneos e confiáveis. Também resista ao bolo de toda visita, seu
medico e sua família agradecem.
O pastor e a vida pessoal dos irmãos
A
vida pessoal dos membros da igreja local, de fato é de difícil acesso e
com certeza deve ser preservada. Deve o pastor ater-se apenas aos
assuntos que lhe forem compartilhados pelos irmãos, podendo apenas, em
ponto de orientação geral para todos, abordar dois temas primordiais
para a preservação da integridade espiritual de um lar: o casamento e o divorcio. Mas, sempre de maneira geral e não explicitamente sobre um casamento ou um divorcio específico.
O
casamento para o cristão deve ser encarado como o passo mais
responsável de sua vida pessoal, por se tratar de uma união de duas
pessoas distintas e até então livres de compromissos maritais. Para a
realização de um casamento são necessários quatro elementos: um homem,
uma mulher, a sociedade e, se houver uma cerimônia religiosa, Deus.
Devemos ressaltar o nosso total repudio a uniões de pessoas do mesmo
sexo. (Gn 2.18-25; Mt 19.1-9; Rm 1.27; Ef 5.22-33.) O casamento precisa
ser legalmente autorizado, com a publicação dos proclamas – é nesse
ponto que entra a sociedade. O Senhor é representado pela presença de um
religioso (pastor, padre e etc.).
Antes
de concordar em realizar o casamento, procuremos instruir o casal, que o
matrimonio não é um simples ato de união de corpos sem objetivos e
ideais, antes é, um ajuntamento de servos de Deus que visam através
deste compromisso glorificar ao Senhor. A nova família deve entender que
é a maior instituição divina, que deverá ser alicerçada em oração,
comunhão e vigilância. Certamente muitos podem dizer que o casamento
criou problemas para eles, porém, o casamento não cria problemas, e sim
revela os que já existem, por isso a hora de enfrentá-los é antes de
dizer “eu aceito”.
O
divorcio ao contrario é sem duvida uma instituição maligna, por
destruir lares, vidas e a comunhão com Deus. Muitos irmãos discordam
quanto á base bíblica para o divorcio. Peçamos opinião a dez pastores e
eles terão opiniões divergentes uma da outra. O melhor a fazer é, com
todos os esforços, evitar esta tragédia, porem se for um caso que não
haja possibilidade de se contornar a situação, o melhor é não se
intrometer no assunto. Cremos que realizar um divórcio não é da nossa
alçada, mas se for para casar, e se o casamento for de pessoas que
verdadeiramente aprenderam os sentidos do casamento, então amados vamos
casar o povo, porque cada vez mais teremos mais famílias felizes na casa
de Deus.
O pastor e a verdade
Temos
visto diversas classes da sociedade brasileira se corrompendo e traindo
a verdade pela qual foram impelidos nos cargos que exercem por
dinheiro, fama, prestigio, entre outras coisas. Sem sombra de duvida o
pastor deve e tem que ser referencial de testemunho verdadeiro, jamais
abrindo brecha para deturpar a maior verdade em sua vida, seu chamado,
imputando-se a si mesmo todas e quaisquer medidas para se prevenir de
tal corrupção de fé quer seja por dinheiro, fama e posição, o pastor tem
compromisso com a verdade. Pastores, falemos sempre a verdade, pois com
esta bem-aventurança nos flanqueando seremos prósperos em nossos
ministérios.
O pastor e as crises ministeriais
“Confirmando
o ânimo dos discípulos, exortando-os a perseverarem na fé, dizendo que
por muitas tribulações nos é necessário entrar no reino de Deus”. At
14.22. O pastor que se preza em comunhão com Deus deve vigiar,
orar, ouvir os pastores mais experientes, para que ele possa passar de
maneira espiritual e sensata pelas crises ministeriais, pois todo pastor
passa por provações ou crises ministeriais , e não serão poucas.
Calúnia, difamação, fraqueza, desanimo, entre outros terríveis fatores
acabam por desencadear crises no ministério de um pastor. O pastor que
legitimamente tem a disposição de superar e vencer as agruras advindas
de sua atividade ministerial, certamente será ditoso, pois as
adversidades são meios pelos quais nossa fé é provada, evidenciada, e o
Senhor, espera a nossa perseverança naquilo em que fomos chamados, pois o
nosso Deus nos livrará ( Sl 34.19).
O pastor e o pecado
“... mas, onde o pecado abundou, superabundou a graça;”. Rm 5.20b.
Se o pastor prioriza algo a combater, este alvo deve ser o pecado. O
obreiro deve ter em seu coração combater o pecado e não o pecador.
Ninguém pode fugir do pecado, pois, ele nos rodeia, mas podemos fugir de
pecar, só pecamos quando queremos. Não existem “super-homens”,
existem sim pessoas dispostas a vencer o pecado e isto é louvável. Mas
acima disso, o pastor deve vigiar e orar para que não caia, pois, quando
um pastor cai não só atassalha um ministério, uma família, mas também
leva a igreja ao fundo do abismo, nocauteia a fé da igreja, deixa-a
frágil, combalida sem forças e ânimo para resistir às investidas do
maligno. Uma igreja exinanida é a ruína de um pastorado.
O pastor e a santidade
“... sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver.” 1ª Pe 1.15.
Este versículo nos mostra quão imensa é a responsabilidade pastoral
para com a santidade. Pastores são o espelho para o rebanho, por isso
devem ter em mente a busca pela santidade, um pastor santo, uma igreja
santa. O próprio Pedro ao escrever esta epistola clamou em prol da
santidade: “Porquanto está escrito: Sedes santos, porque eu sou santo”.
Ao relembrar de Levitico 11.45, ele demonstra seu maior afã, a busca da
santidade. O pastor deve ser santo na palavra, no trato, na caridade,
no espírito, na fé, na pureza (1ª Tm 4.12), assim sendo será um exemplo,
bom exemplo, para suas ovelhas, com bom testemunho podemos alçar muitas
bênçãos que espreitam a vida ministerial de qualquer obreiro que se
dispõe a ser um obreiro com vida no altar (Sl 84.11).
O pastor e a unção de Deus
“Quanto a vós outros, a unção que dele recebestes permanece em vós...” 1ª Jo 2.27a.
O pastor que tem unção em sua vida ministerial, conta com a maior ajuda
divina que ele pode ter para fazer a obra do Mestre. O Eterno tem um
imenso desejo de derramar sua unção sobre nossas vidas, e só cabe a nós
buscá-la. Deus tem muito a nos dar através da sua unção: milagres,
maravilhas, paz, ousadia e autoridade. É primordial ao ministério
pastoral, a unção de Deus, sem ela o pastor será como uma “lata seca”,
pois a unção lubrifica as mensagens, a adoração, o louvor, a
administração, enfim a unção faz muita diferença em nossas vidas, nos
nossos ministérios e em nossos lares. Quem prima pela unção terá um
ministério fecundo, inexaurível, profícuo, e isso teremos ao buscar, ao
desejar, ao ansiar a unção do Eterno. Um ministério sem unção não vale
como referencia para os demais, mas um ministério que tem a marca da
unção de Deus é exemplo para os muitos, inclusive os sem unção.
O pastor e os obreiros
“Segui a paz com todos...”. Hb 12.14a.
Depois de muito pesquisar e meditar pudemos perceber que os maiores
dilemas de um pastor, no âmbito eclesiásticos, são os obreiros
problemáticos. Os bons obreiros são co-participantes do ministério do
pastor, são ajudadores, amigos, conselheiros, entre outras coisas. Porem
existe alguns, não poucos, que se infiltram no ministério, sim se
infiltram e não chamados por Deus, para apenas deturpar, ferir, machucar
e causar dissensões, desavenças, cizânias no ministério pastoral e da
igreja. Em meio a tudo isto, o pastor tem em suas mãos a oportunidade de
recompensar estes tais de maneira diferente, com amor e misericórdia,
pois, a Palavra de Deus nos afirma em Romanos 12.18: “se possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens;”,
mas sem nunca evitar que os tais venham a ser punidos com severidade
conforme a legislação eclesiástica de cada denominação e organismo ou
convenção pelos quais o obreiro seja conveniado e/ou filiado, errou deve
pagar, porem o caso não deve se tornar um escândalo, escarcéu, mas que
seja resolvido com paz e entendimento de ambas as partes, sem qualquer
resquício de ira ou mágoa.
O pastor e a oração
“Orai sem cessar” 1ª Ts 5.17.
Sem sombra de duvida a oração é o oxigênio espiritual de todo cristão.
Sendo a preparação para fazer a obra do Senhor, sem também esquecer de
que a oração nos leva a uma maior intimidade com Deus. O pastor que ora
muito é certo que terá ótimos frutos e colherá os resultados de suas
horas, madrugadas constantes em oração, mas aquele que subestima o poder
e o valor da oração, confiando apenas em suas estratégias e convicções
para a obra, está fadado a ter um ministério improdutível e sem vida, já
dizia um grande homem de Deus: “muita oração muito poder, pouca oração pouco poder, nenhuma oração nenhum poder.”
Uma vida de constante oração nos dará recursos e reservas para
enfrentar o diabo e seus dardos inflamados, não obstante a isto, Jesus
quando estava no Getsêmani orando, seus discípulos adormeceram e Ele os
repreendeu dizendo que eles sequer podiam buscar a Deus por uma hora com
Ele, e esta mesma indagação nos é impetrada pelo Espírito Santo: será
que estamos vivendo uma vida de oração? Será que vivemos em oração em
meio às adversidades que nos são propostas? Será que estamos orando o
mínimo que necessitamos? Um pastor que realmente sente arder em seu peito à chamada, busca, ora e verdadeiramente “caminha de joelhos”, para que se possam atingir as metas em Cristo estabelecidas, sabemos que oramos não pela bela posição ou porque queremos ser “estrelas da oração”,
não nós oramos porque somos carentes e sem ela, a oração, nós não
agüentaríamos viver nesta terra. Amados obreiros orar não é supérfluo,
mas extremamente cogente para a nossa sobrevivência espiritual.
O pastor e a sã doutrina
“Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina...” 1ª Tm 4.16a.
Todo pastor deve ser um exímio, egrégio conservador da sã doutrina, a
doutrina apostólica, para que os mandamentos e ensinos trazidos por
Jesus à sua igreja, não sejam banalizados, nem tampouco colocados em um
lugar prosaico em nossas igrejas. A doutrina não implica em tratarmos de
assuntos como: tamanho das saias das irmãs; se as irmãs podem ou não
cortar os cabelos ou retirar os pelos em excesso de algumas partes do
corpo; uso de certos tipos de roupa. Não, isso se chama legalismo, ato
que não nos é proveitoso. Doutrinar é o ensino legitimo e sem cortes das
Sagradas Escrituras. Ensinar a doutrina não indica ser violento, rude, e
iracundo nas expressões usadas nos púlpitos, pois, o púlpito é o lugar
de expressão maior da Palavra do Mestre e não de altercação de diretas e
indiretas a uma pessoa ou grupo na igreja que por algum motivo
entendemos a nossa maneira que estejam errados. Isso é por demais
perigoso. Começamos a deixar de sermos conservadores da sã doutrina e
imbuímos um espírito bestial, que imputa ao nosso ministério, um
sentimento de rivalidade e não a paz do Senhor, que realmente excede
todo entendimento, guardará os nossos corações e as nossas mentes em
Cristo (Fp 4.7). Conserve a sã doutrina, o amor, a santidade, a
humildade entre outras, mas faça isso com esmero, sempre usando justiça,
com uma boa porção de misericórdia, pois, com esta receita, o uso do
ensino da sã doutrina não será um fardo, mas uma benção para os que nos
ouvem e para nós que ministramos.
O pastor e a humildade
“servindo ao Senhor com toda a humildade...” At 20.19a.
A humildade é fator determinante para o sucesso do ministério pastoral
em todos os âmbitos. Quando somos convocados ao ministério temos que
colocar em nossa mente que quanto mais crescermos ministerialmente, da
mesma forma devemos ser cada dia mais humildes, para que não nos ocorra o
que ocorreu entre os discípulos que se questionaram a saber quem era o
maior entre eles. Para que isso, que é maléfico, não ocorra, a humildade
nos vacina contra este mal. Porem se não formos humildes, nos ocorrerá
uma fadiga ministerial para com os demais irmãos, obreiros e pastores,
que outrora vivenciaram nossa fase pré-pastoral, e quando isso afeta um
pastor, ele pode se preparar para as mais diversas dissensões que ele
criará e ele mesmo terá de resolve-las. Ser humilde não é constrangedor,
mas sempre será um marco que exalta o caráter de quem o possui. Não
custa nada, não cai pedaço da mão, não rejeita ninguém, ser humilde,
reconhecer os erros, aceitar que existem melhores pregadores, melhores
pastores, melhores lideres que nós, isso não nos rebaixa, mas nos
incentiva a sempre buscar ser melhor do que somos, não por competição,
mas o melhor andamento da obra do Mestre. Pastor feliz é um pastor
humilde.
O pastor e a honestidade
“ao observarem o vosso honesto comportamento...” 1ªPe 3.2.
Não podíamos esquecer nesta obra a honestidade. Um pastor que se preza e
vigia, deve ser honesto em todos os âmbitos de sua vida. Alguns
pastores são de um mal testemunho tão terrível, que não pagam as contas
da igreja, sujando o nome da igreja nos órgãos de defesa do credito,
também não pagando suas próprias contas, sujam o nome, dão um péssimo
testemunho e o pior é que pregam que os irmãos devem pagar as contas, o
dizimo, dar ofertas, mas ele é hipócrita e infiel, pregam a honestidade,
mas não vivem a honestidade. No estado do Rio Grande do Norte, ninguém
pode ser consagrado a pastor se tiver o nome sujo nos órgãos de defesa
de credito, muitos repreendem, mas se analisarmos à luz da Bíblia os
lideres da brilhante Igreja no R.N estão apenas se precavendo de
obreiros de mal testemunho e aqui em nossa cidade chamamos as pessoas
que não pagam as dividas de “veacos”. “Pois zelamos o que é honesto, não só diante do Senhor, mas também diante dos homens”. 2ª Co 8.21.
Sejamos honestos, pois quem é assim só anda de cabeça erguida, tem
honra aonde chegar, se precisar comprar algo será muito mais fácil, pois
tem seu nome limpo, quem não paga suas contas, não pode ter certeza de
sua salvação.
O pastor e a sinceridade
Embora
muitos associem a sinceridade à honestidade, decidimos fazer esta
divisão para uma melhor percepção desta obra. Ser sincero é
imprescindível ao pastor. Paulo ao escrever a segunda carta aos
coríntios nos capítulos 1 e 2 ele enfoca que o nosso testemunho deve ser
sincero para com o Senhor e com os homens, “...mas é com sinceridade, é da parte de Deus e na presença do próprio Deus que, em Cristo, falamos”. 2ª Co 2.17.
Este enfoque foi muito pertinaz da parte de Paulo, pois, os obreiros
que labutam na obra do Mestre jamais podem perder esta personalidade,
que na realidade é espiritual, que nos leva a receber do Eterno suas
sinecuras para o nosso ministério. Ser sincero não é ser rude e/ou
agressivo para com alguém, tampouco é ser aleivoso. O verdadeiro obreiro
que é chamado para o ministério ele é sincero sem ser agressivo,
impertinente, e muito menos tartufo com os demais irmãos. A sinceridade
abre as portas da verdadeira amizade, da misericórdia, e do amor de
Deus, sem ela, estaremos então, vivendo uma vida ministerial
fracassada, sorumbática e fadada ao insucesso.
Conclusão.
Concluímos
que, se o pastor pregar a Palavra com fidelidade, pois, é ela que
alimenta e equipa os santos para a realização do trabalho ministerial
(2ª Tm 3.16,17; Ef 4.11,12), ele então viverá momentos abençoados e
gratificantes em seu ministério pastoral.
Mensagem aos pastores.
Vigiemos,
pois virão dias em que todos nós estaremos calados e a nova geração
falará por nós e de nós. Que deixemos o melhor exemplo possível.
Autor: Pastor Manoel Xavier - Presidente da MISSÃO SERTÃO POTIGUAR
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